Aprendemos em Apocalipse que o Cristo Glorificado se apresenta a cada Igreja de acordo com a sua necessidade. Para a Igreja morta em Sardes, Jesus se apresenta como aquele que tem os sete Espíritos de Deus – que tem o poder de resgatar os crentes da morte para a vida. De igual forma, temos no contexto atual da Igreja crentes mortos, apáticos, que carecem, necessitam da ação do Espírito de Deus em suas vidas. O Espírito Santo dá vida à Igreja, e era exatamente dessa vida que o povo de Sardes precisava. Por que carecemos do Espírito de Deus no contexto da Igreja? Vamos elencar alguns pontos para a nossa reflexão.
Em primeiro lugar, precisamos da ação do Espírito... Para não vivermos na hipocrisia (Apocalipse 3.1). A Igreja é repreendida por Cristo por viver uma situação contraditória: a vitalidade exterior disfarça morte espiritual interior. Sardes tinha nome – mas não tinha vida. Podemos dizer que eles viviam de aparência. Externamente mostravam uma fachada interessante – mas por dentro estavam mortos. Uma das coisas que mais abominam ao Senhor é a hipocrisia religiosa. Jesus foi mais duro com os hipócritas do que com os ladrões e as prostitutas. A razão para tal dureza com os hipócritas – é que eles aparentavam qualidades que não possuíam – tal como os irmãos da Igreja em Sardes.
Inúmeras pessoas hoje estão longe do evangelho e da Igreja – justamente por conta de nossa hipocrisia. Dentro do contexto religioso aparentamos uma coisa – e no dia a dia – longe dos portões da igreja – agimos contrário a tudo que aparentamos na Igreja. Quando não vivemos aquilo que pregamos – fazemos com que o nome do Senhor seja blasfemado – como Paulo bem pontuou na sua carta aos irmãos de Roma.
Em segundo lugar, precisamos da ação do Espírito... Para não sermos crentes apenas nominais (Apocalipse 3.1). O que podemos perceber é que na Igreja em Sardes – a fé era apenas nominal. Eles pertenciam a Cristo somente no nome – e o negavam em sua prática. Muitos em Sardes tinham o nome do rol de membros da Igreja – mas não o tinham no rol do livro da vida do cordeiro. Podemos dizer que em Sardes – havia muitos convencidos, mas não convertidos. O missionário brasileiro no oriente médio Osni Ferreira diz: “Cristãos nominais são aqueles que nunca se arrependem dos seus pecados, não crescem na fé, não experimentam mudanças em suas vidas”.
Em terceiro lugar, precisamos da ação do Espírito... Para desfrutarmos de sua plenitude (Apocalipse 3.1). Para uma Igreja morta – pior, para uma Igreja que não conseguia perceber seu estado de morte – a única alternativa era a plenitude do Espírito. É isto que significa a expressão – “sete Espíritos de Deus”. A plenitude do Espírito Santo é = ser cheio do Espírito Santo de Deus. Não temos como desempenhar o nosso chamado de filhos que glorificam o Pai sem o enchimento do Espírito.
Quando estamos cheios do Espírito – entregamos a Jesus todas as áreas de nossa vida. Quando nos rendemos a Cristo em tudo, somos moldados pelo Espírito Santo e nos tornamos mais parecidos com nosso Salvador. O saudoso pastor e escritor Isaltino Gomes Coelho Filho diz: “Ser cheio do Espírito não significa ter uma fatia maior dele em nós, mas sim ele possuir mais de nós. Significa deixá-lo agir em nossa vida, dominando mais e mais nosso querer”.
Em último lugar, precisamos da ação do Espírito... Para nos manter vigilantes (Apocalipse 3.2). A razão da morte espiritual é ocasionada pela falta de vigilância. Quando não há vigilância – abre-se a porta para o inimigo de nossa alma. O apóstolo Pedro afirma que o diabo anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar
Jesus diz que devemos vigiar e orar para evitar o fracasso espiritual e ficar distante do pecado. Sê vigilante – é a mensagem de Jesus a nós. É com ação do Espírito Santo em nossa vida que conseguiremos nos manter alertas e vigilantes. Precisamos da ação do Espírito para que consigamos vigiar a nossa boca. De nossa boca podem proceder palavras de bênção, mas também palavras de maldição. Precisamos rogar a Deus que nos dê uma capacidade especial de vigiar nossas palavras (Salmos 141.3).
A solução para a Igreja modorrenta de Sardes era ser avivada pelo Espírito de Deus. Creio piamente que carecemos também ser avivados pelo Espírito de Deus para que proclamemos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a luz com ousadia e poder. Que assim seja, para a glória de Deus Pai!