No conceito bíblico, amor significa: atitude empática, dedicação, entrega, fidelidade, superior a qualquer outra atitude. O amor genuíno é incondicional. O amor é comunhão fraternal.
O texto de 1 Coríntios 13 é chamado o Hino do Amor [...]. É impossível nos amarmos uns aos outros enquanto o amor de Cristo não habitar em nosso coração (Mears).
O amor de Jesus por nós é o amor- -referência: amor genuíno, incondicional, comprometido, sacrificial, cooperador, abnegado.
Nessa exposição bíblica, vamos considerar o que o amor é, o que o amor não é e a necessidade de respeito na família.
O QUE O AMOR NÃO É
• Ufanista: Não é cheio de vento, enfatuado.
• Orgulhoso: Não se autoafirma. O amor busca o foco para si mesmo. O amor se preocupa em dar-se, e não em afirmar-se.
• Inconveniente: Não é vergonhoso, desonroso nem indecente. O amor evita toda a gama de inconveniências.
• Egoísta: Busca os seus interesses. O amor é a própria antítese do egoísmo.
• Impaciente: Não é melindroso nem predisposto a ofender-se. Não pensa mal.
O QUE O AMOR É
• Paciente: É o espírito constante que nunca desiste. Demora um bom tempo para aquecer e pegar fogo. Estado ou ação habitual e contínua. O amor tem uma infinita capacidade para suportar. Não perde o domínio depressa, mas suporta pacientemente.
• Benigno: Pois reage com bondade aos que o maltratam. O amor dá-se no serviço dos outros. “Amor, essencial a todos. Substitua a palavra ‘amor’ pelo nome de Jesus em todo o capítulo, e diga se não existe uma semelhança exata. Para Paulo, o amor representa a forte, segura e santa auto-subordinação do nosso ‘eu’ em favor dos outros, que começa na vontade e na ação e é, depois, coberta pela emoção, como uma nuvem no caminho do sol nascente. O amor é melhor do que tudo porque é eterno. Tudo o mais perecerá” (F. B. Meyer).
A seguir, Paulo nos ensina os absolutos do amor que vem de Deus na mediação do Senhor Jesus Cristo.
• Ele tudo sofre. Tudo cobre: O amor apaga do outro aquilo que é desagradável.
• Ele tudo crê: Procura ver nos outros o melhor. Ele é altamente otimista.
• Ele tudo espera: É o olhar prospectivo, ou seja, tenta ver adiante, lança os olhos sobre o futuro. Não é um otimismo irracional, que deixa de levar em conta a realidade. É antes a recusa de tomar o fracasso como final. Decorrente de tudo crê, vem a confiança que olha para a vitória final pela graça de Deus.
• Ele tudo suporta: Aqui a ideia é constância. Denota não uma aquiescência paciente, resignada, mas uma fortaleza ativa, positiva. É a resistência do soldado que, no grosso da batalha, não fraqueja, mas continua a atirar sem parar, vigorosamente. O amor não se deixa vencer, mas faz a sua parte, varonilmente, sejam quais forem as dificuldades (Morris).
• Ele jamais acaba: Porque vem de Deus e está presente no céu, na eternidade com Ele.
A necessidade de respeito na família
O amor genuíno produz respeito na família. Respeito tem a ver com consideração, deferência, reconhecer o imenso valor de cada membro da minha família. O respeito pressupõe honra: tratar com dignidade, reconhecer o grande valor dos pais e irmãos, trabalhar para que haja comunhão, parceria e comprometimento.
Todo o nosso temor a Deus e respeito aos membros da família está alinhado com os absolutos do amor. Quando Cristo é tudo em nós (Colossenses 3.11), o respeito é uma das marcas do nosso relacionamento no lar. Quando o Senhor é o centro da família, o respeito é uma marca distintiva, visível e que causa um impacto positivo nas outras pessoas. Respeitar é honrar, reconhecer valor, dignificar, ter consciência dos meus limites.
Temos vivido, em nossos dias, uma falta de respeito sem precedentes nas famílias. Pais que provocam os filhos à ira, sem autoridade moral, agindo como déspotas. Filhos que não honram os pais, desrespeitando-os. Irmãos que não se entendem, que entram em litígio, em rota de colisão, seja por causa de política, de futebol ou de outros assuntos que não devem comprometer a comunhão e consequente unidade da família.
O nosso tempo tem sido marcado pelo individualismo nas famílias. Faltam o diálogo, a compreensão e o amor nos relacionamentos familiares. Percebemos também uma condescendência com o erro. Uma das estratégias de Satanás é promover a desmoralização e a destruição da família criada por Deus, fundamentada nas Escrituras.
Como famílias cristãs, devemos viver o amor bíblico. Paulo ensina que o amor não se ressente do mal. Não credita o mal. Não leva em conta o mal. O amor não obriga qualquer sentimento de ofensa.
O amor é muito mais do que sentimento; é atitude. O amor não se projeta, mas deve ser sempre projetado em nossos relacionamentos.
Nessa exposição, vimos o que o amor é (ser, essência), o que o amor não é e a necessidade de respeito na família.
Quando definimos o que o amor é e o que ele não é, aprendemos a respeitar os membros da família e outros relacionamentos. O mundo em que vivemos é um mundo caracterizado pelo ódio, pelo preconceito, pelas rotulações, desconstruções, maledicência, inveja, disputas.
Como famílias, que nos amemos de coração uns aos outros; que nos respeitemos, que sejamos dóceis, ternos, educados, pacientes, mansos, humildes e profundamente gratos pela família que temos.