Artigo

Um caminho de escolhas

Salmos 1.1: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”.

 

Imagine uma estrada extensa que se desenrola por terras desconhecidas. Cada passo nela simboliza nossas escolhas, as influências que aceitamos e quem decidimos ser. Essa jornada reflete o primeiro versículo do Salmo 1, que nos convida a avaliar cuidadosamente nossas decisões. O Salmo menciona “ímpios”, “pecadores” e “escarnecedores”, figuras que podem nos desviar da retidão. Os ímpios ignoram as normas espirituais, os pecadores rejeitam verdades conhecidas e os escarnecedores ridicularizam a fé, talvez devido a experiências amargas com aquilo que agora desprezam. Estar em constante convivência com quem desdenha dos valores espirituais pode corroer silenciosamente nosso compromisso com uma vida reta e alinhada aos propósitos divinos.

 

Este versículo alerta contra a aceitação de conselhos errados, mostrando como o “andar” entre os ímpios inicia um desvio espiritual. Esse ato simbólico não se refere apenas a deslocamentos físicos, mas a escolhas que moldam quem somos. Por exemplo, aceitar um trabalho que contradiz nossos princípios pode parecer vantajoso inicialmente, mas nos coloca em risco de comprometer a integridade e a comunhão com Deus. O progresso de “andar” para “sentar-se” com escarnecedores ilustra a gradualidade do desvio moral. Cada escolha aparentemente inofensiva reforça padrões que nos distanciam de Deus. É como estar próximo de um campo contaminado: sem notar, começamos a absorver o que é prejudicial, influenciando nossa mente e coração.

 

Evitar ambientes espiritualmente prejudiciais equivale a escolher um caminho seguro que conduz à verdadeira alegria, assim como saborear o fruto maduro de um pomar bem cuidado. Um exemplo claro está nas amizades: relações que encorajam e inspiram nosso crescimento espiritual trazem satisfação e propósito duradouros, enquanto aquelas que nos afastam da retidão enfraquecem nossa moralidade. A Bíblia reforça essa mensagem em 1ª Coríntios 15.33: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” e em Hebreus 6:4-8, que alerta sobre o risco de rejeitar a verdade, comparando essa atitude ao solo que, mesmo regado por abundantes chuvas, produz apenas pragas.

 

Influências negativas podem lentamente alterar nossa percepção de certo e errado, como ervas daninhas que tomam um campo que antes era fértil. A felicidade prometida ao cristão não é superficial, mas um estado que culmina na paz eterna, conquistada na cruz de Cristo. No entanto, enquanto trilhamos este mundo, somos chamados a ser “sal e luz”, influenciando a sociedade sem perder nossos valores. Um exemplo disso é o profissional que, em meio a um ambiente desonesto, mantém-se íntegro, impactando positivamente sua comunidade.

 

Assim como um jardineiro cuida do solo, removendo ervas daninhas e protegendo suas plantas, nossas escolhas devem refletir um propósito claro e diligente. Com a orientação do Espírito Santo, encontraremos verdadeira bem- -aventurança. Vigilância e zelo diário são essenciais para preservar nossa jornada espiritual, tal como um jardineiro atento preserva a beleza do seu jardim.