Artigo

A autoridade do Filho de Deus (Marcos 1.21-28)

Em seu evangelho, Marcos ressalta a autoridade do Filho de Deus. Ele tem autoridade sobre a natureza (Jesus acalmou a tempestade). Ele tem autoridade e poder sobre as doenças (Jesus deu vista aos cegos, fez paralíticos andar, curou os leprosos, fez o surdo ouvir). Ele tem autoridade e poder sobre a morte, não só porque ressuscitou, mas porque ressuscitou a Lázaro, o filho da viúva de Naim. Enfim, em suas mãos está todo o poder.

 

O texto que serve de base para este texto mostra que que Jesus tem poder e autoridade sobre o império das trevas. Nada pode deter, parar, o Filho de Deus, nem mesmo o diabo e seus anjos. O saudoso pastor e escritor Isaltino Gomes Coelho Filho diz: “Jesus veio para libertar os oprimidos do Diabo e destruir as obras de Satanás. Veio ao terreno dominado pelo inimigo, adentrou seus domínios e abalou seu poder”.

 

Marcos, mais do qualquer outro evangelista, enfatiza o poder de Jesus para expulsar demônios. Jesus é poderoso em palavras, mas também em obras. O texto em tela retrata a autoridade do Filho de Deus. Quero aqui elencar alguns pontos para a nossa reflexão.

 

Em primeiro lugar, Jesus tinha autoridade porque vivia o que pregava (Marcos 1.22). Quão diferente era Jesus! Jesus tinha credibilidade porque vivia aquilo que ensinava. Em Jesus, o processo ensino e aprendizado não está falido. Diferente dos escribas e fariseus, que ensinavam aos outros, mas não aplicavam o que ensinavam a si mesmos, Jesus encarnava em sua vida o que pregava e ensinava aos outros.

 

Com muita tristeza que vemos o abismo que há na vida de certos irmãos entre o discurso e a prática. É fato, as pessoas estão ouvindo de nós grandes discursos, mas não tem visto vida em nós. É bom ressaltar que sem vida na luz não há poder. Nosso culto, nossa adoração não terão sentido se não vivermos o Evangelho que anunciamos. Jesus Se diferenciava dos religiosos de Sua época (escribas e fariseus) porque vivia o que ensinava e pregava. Ele falava de amor e na prática amava (perdoando seus algozes).

 

Em segundo lugar, as trevas não toleram a manifestação da luz (Marcos 1.21;23). Observe que quando Jesus chega à sinagoga para ensinar, logo um homem possesso aparece. A luz denuncia e espanta as trevas. Os demônios não podem se manter anônimos onde Jesus está presente. A presença manifesta de Deus torna-se insuportável para os demônios. Aqui percebemos com clareza a autoridade do Filho de Deus.

 

Precisamos clamar pela presença manifesta de Jesus na Igreja. Quando Ele está presente, as trevas se dissipam. Quando Ele está presente, as tramas do inferno que estão na Igreja acabam – pelo poder e autoridade de Jesus nosso Senhor! O pastor Marcelo Fernandes diz: “Onde Jesus se manifesta, o Diabo tem que sair! E onde Jesus entra, se manifesta a paz, a alegria, a vida em abundância, o perdão e a salvação”.

 

Em terceiro lugar, na Congregação não somente santos, mas infiltrados (Marcos 1.23). Havia um homem possesso na Congregação. Ali estava aquele homem, escondido, camuflado. Foi necessária a presença do Filho de Deus para que se manifestasse a presença do demônio. Ao longo da história da Igreja, vemos que Satanás se utilizou de várias armas para tentar destruir a Igreja, e a mais perigosa arma utilizada por ele foi a infiltração. Ele coloca gente dele no meio da Congregação para dividi-la, tirar a paz, e semear a contenda e destruí-la de dentro para fora. O teólogo João Charles Ryle diz: “A igreja visível é um vasto campo onde crescem, lado a lado, o trigo e o joio. Devemos estar preparados para encontrar crentes e incrédulos, convertidos e não convertidos, os filhos do reino e os filhos do maligno, todos misturados uns com os outro”.

 

Em último lugar, o conhecimento dos demônios acerca de Jesus (Marcos 1.24). A expressão “bem sei quem és” traduz o conhecimento dos demônios acerca de Jesus. Jesus é conhecido no céu, na terra e no inferno. O que causa tristeza é que inúmeras pessoas estejam na casa de Deus há anos, ouvindo mensagens dos altos céus, cantando louvores e até mesmo trabalhando no reino, e ainda assim não conhecem a Jesus. O pastor e escritor Luciano Subirá faz a seguinte observação: “Alguém pode chegar a conhecer muita coisa sobre Cristo sem nunca ter conhecido a Cristo!”.