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Futebol é o que mesmo? Parte 4

Futebol é “bola na rede” como o ditado popular afirma. A partir dessa metáfora, procurei demonstrar a importância de revisitarmos a essência do que é nosso papel como igreja e como cada cristão de modo a conseguirmos cumprir o que Deus espera de nós na conquista dos resultados que também ele espera – que façamos gols para seu propósito. 

 

Podemos ter um templo bem construído, com todos os recursos que facilitam nossas atividades eclesiásticas; podemos ter uma estrutura organizacional bem elaborada e sistematizada em que tudo funcione bem; podemos até ter um processo de recepção para os visitantes do culto, telão de multimídia com alta resolução, equipe impecável de louvor; ter um sistema informatizado que acompanhe detalhadamente as células ou pequenos grupos; um edifício de educação bem equipado etc. Tudo isso é por demais importante e se uma igreja puder possuir toda essa estrutura será fundamental. 

 

Mas, como se faz para um time de futebol, cujos jogadores possuem uniforme muito bonito, sabem driblar muito bem, possuem um treinamento de resistência física impecável etc., se não cumprir o seu papel de marcar gols e ganhar a partida, então não cumprirá sua missão. 

 

Busquei mostrar que será necessário compreendermos entre o que seja “fins e meios”. Precisamos dos meios, mas precisamos ter como alvo utilizar esses mesmos meios e recursos para que nos levem a alcançar os fins, as finalidades para a qual existimos como Igreja e como seus membros. 

 

Assim, a tônica foi demonstrar que a igreja não é um fim em si mesma, mas o instrumento de Deus para que a missĭo Dei, isto é, a missão do próprio Deus se cumpra. Busquei esclarecer que essa missão dele tem como núcleo essencial restaurar toda criação e criatura, em que ele se lançou na história, a partir de Gênesis 3.15 (o protoevangelho), quando prometeu que o descendente de Eva (Jesus) viria concretizar esse propósito essencial. 

 

Então busquei demonstrar que temos diante de nós o que podemos chamar de DIMENSÃO MISSIONAL que possue dois aspectos fundamentais. Um deles, ao longo do tempo, foi sendo desenhado na vida e atividades da igreja focalizando o seu papel de conquistar o mundo para as Boas Novas, cumprindo a MISSÃO DA PROCLAMAÇÃO e a IGREJA COMO MENSAGEM, com o desafio de levar o Evangelho onde ainda não foi alcançado, semear novas igrejas, evangelizar etc. Temos aqui nesse aspecto o trabalho missionário, evangelístico; o envio de vocacionados ao campo missionário. É o desenvolvimento do que chamamos de MISSÕES. 

 

O outro aspecto, ao lado desse, apontando para que a missĭo Dei se cumpra integralmente, o próprio Deus quer mais, muito mais, quer nos trazer de volta ao Plano da Criação de modo que o Evangelho vá além de uma mensagem apenas verbal, e venha a se encarnar em nossa vida no cotidiano, transformando-a de modo que nossa história, nossas decisões, nossas ações venham a espelhar o Plano da Criação, venham espelhar aquilo para o qual fomos criados, que foi abandonado pela rebeldia no Éden (Gn 3). Temos aqui o desafio de Jesus em sermos sal e luz (Mt 5.13ss), e, Paulo fala que somos embaixadores do reino (1Co 5.20). E aqui descobrimos que a igreja tem também a MISSÃO DA PRESENÇA, e isto, envolve a IGREJA EM e COM MOVIMENTO, sendo a tradução e vitrine desse Plano da Criação, um povo de contraste diante do mundo decaído e rebelde. É cada cristão sendo Igreja no mundo onde vive e tem influência. 

 

Para demonstrar isso graficamente venho trazer agora a ilustração de uma ferrovia, com um trem, alimentado por eletricidade, que corre para seu destino em dois trilhos, sobre os dormentes em que tudo está assentado em um fundamento que são as pedras de suporte. Veja a seguir o significado de cada parte da figura, relembrando cada parte dos três artigos que foram publicados. 

 

Diagrama

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Alguns lembretes importantes: 

  • A viagem prossegue enquanto tivermos os dois trilhos disponíveis. Se apenas um estiver disponível, a viagem não prossegue. Assim, cada trilho é igualmente importante. Precisamos avançar cada dia mais em cumprirmos a MISSÃO DA PROCLAMAÇÃO, mas não podemos deixar de lado a MISSÃO DA PRESENÇA. 

  • E isso nos deve levar a compreender a necessidade de investirmos em programas, estruturas e atividades que venham a fortalecer a vida dos membros para que possam cumprir seu papel na missão da presença como pessoas que vivem nos OUTROS SEIS DIAS a realidade transformadora do Evangelho. Desta forma, torna-se necessário investirmos em discipulado, educação na igreja, formação de liderança, programas que viabilizem a vida profissional, doméstica dos membros da igreja à luz do Evangelho etc. 

  • A dependência de Deus pela ação do Espírito Santo orientando e guiando a vida de cada membro da igreja a desenvolver uma vida de piedade, consagração é fundamental para que a igreja demonstre a vida em comunhão profunda com nosso Criador e Redentor. 

  • Estimularmos a cada membro da Igreja que assuma o papel de ser enviado ao mundo para ali cumprir o seu papel na missão da proclamação e até mesmo ofertando cada dia mais para a obra missionária, mas também cumprindo seu papel nos outros seis dias no cumprimento da missão da presença em seu meio ambiente, em sua vida pública. 

 

Assim, a Igreja e cada um de nós marcaremos gols seja com a ampliação na quantidade de pessoas sendo conquistadas pelas Boas Novas, seja com a influência que cada cristão exercerá no mundo por meio de uma vida transformada e transformadora influenciando seu meio ambiente como sal, luz, agindo como embaixador do reino de Deus. É desta forma que cumpriremos o grande desafio nos dado por Deus: “Para que vocês se tornem irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus, inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandecerão como luzes do mundo, preservando a palavra da vida” (Fp 2.15,16). 

 

Que Deus assim possa nos esclarecer e fortalecer para que possamos marcar muitos gols para a vitória de seu reino. 

 

 

 
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