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Pastor e psicólogo, Ailton Desidério inaugurará coluna em O Jornal Batista

 

Durante o mês de janeiro, psicólogos de todo o Brasil se uniram na missão de conscientizar a população sobre a importância de cuidar da saúde mental. A campanha conhecida como “Janeiro Branco” acontece desde 2014 e se tornou lei federal em 25 de abril do ano passado. Ainda nesse clima, a equipe de O Jornal Batista inaugurou a coluna Saúde de Corpo e Alma, na primeira edição deste mês.

 

O novo espaço dedicado ao bem-estar da mente tem assinatura do pastor Ailton Desidério, mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Já faz 36 anos desde que foi aceito para o ministério pastoral, na Primeira Igreja Batista do Lins, na Zona Norte carioca. Como bom filho que à casa torna, o psicólogo atua há duas décadas e meia na liderança da Congregação. Nesse meio tempo, após a graduação em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, conheceu a Psicologia e se especializou em Psicanálise Clínica, na Universidade Federal Fluminense (UFF), e em Psicossomática, no Hospital Santa Casa da Misericórdia, no Rio de Janeiro.

 

A longa experiência como cuidador de ovelhas, aliada aos conhecimentos da psique humana, fez de Desidério um ótimo conselheiro sobre o assunto, a ponto de ser convidado para palestrar em diversas Igrejas do estado e para participar de debates na rádio 93 FM. O pastor também usa seu perfil em redes sociais como espaço para compartilhar o que sabe. Não será diferente nesta coluna em OJB, que funcionará em toda primeira e quarta edição do mês.

 

Você se formou teólogo e, depois, se graduou em Psicologia. O que motivou você a chegar a essa área do conhecimento?

Não tinha nem dez anos de ministério. Deveria ter uns sete ou oito anos. Foi assim: fui convidado para fazer o curso da Associação da Escola Superior de Guerra. Durou seis meses. Como sempre gostei de estudar, assim que o curso acabou, me senti estimulado a continuar estudando e fui fazer Psicologia. Depois, fiz especialização na UFF e mestrado na UFRJ. Foram aproximadamente dez anos de estudo ininterrupto.

 

Além de trabalhar como psicólogo, você exerce o ministério pastoral. Essas duas funções conversam entre si?

Eu ainda não exerço plenamente a minha ação como psicólogo. Atendo de modo muito selecionado, porque a minha prioridade é o ministério. Agora, a psicologia me ajuda muito no cuidado com as ovelhas e, também, a reconhecer as minhas motivações, os meus limites, quando em geral tento ultrapassá-los. No futuro, se for da vontade de Deus, penso em atuar na academia e desenvolver um bom trabalho de atendimento clínico e de apoio aos colegas pastores.

 

Durante o Setembro Amarelo, muitas Igrejas se mobilizam para a campanha de combate ao suicídio e se abrem para abordar a questão psicológica. Ainda existe resistência por parte de lideranças em falar do assunto?

As Igrejas estão se abrindo mais para a importância da promoção da saúde mental dos membros. Tenho feito muitas palestras e seminários em Igrejas e Associações. Ainda existe uma certa resistência. Vez por outra, ouço um irmão falar: “meu psicólogo é Jesus”. Mas, graças a Deus, essa realidade está mudando.

 

Com a pandemia de Covid-19, o contato entre os irmãos teve que cessar um pouco, pelo menos presencialmente. Esse período difícil trouxe novos desafios para a saúde mental nas Igrejas?

Sem dúvida alguma. Foi um desafio enorme para todos, inclusive e em especial para nós pastores. Foi um tipo de exílio. Muitas coisas afloraram com o isolamento social, sem contar o excesso de informações desencontradas que só serviu para apavorar e amedrontar ainda mais as pessoas. Mas digo o seguinte: os reflexos do trauma da pandemia estão aparecendo agora. Foi uma experiência muito difícil.

 

Há um tempo considerável, você utiliza as redes sociais para conscientizar pessoas. Qual é a sua expectativa para a nova coluna em O Jornal Batista?

A expectativa é grande. A Bíblia está repleta de textos que falam sobre medo, angústia, ansiedade e tantos outros temas ligados às questões emocionais. Por que deveríamos ignorar esse vasto material? Penso que posso ajudar, abençoar alguns irmãos. A intenção é essa. Peço a Deus que me conceda graça e sabedoria nesse sentido. Agradeço ao pastor Sócrates e à direção de O Jornal Batista, na pessoa do irmão Estevão, por esta oportunidade.

 

 

Sebastian Zanuncio, estagiário do Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira, sob supervisão do jornalista Estevão Júlio


 
 

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