Artigo

Como fazer a diferença no mundo?

 

“Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” (Mt 5.14-16)

 

Os versículos acima fazem parte do Sermão da Montanha, em que Jesus expõe ensinamentos essenciais para os verdadeiros cristãos. O Mestre ensina que nossas ações devem ser visíveis, a fim de que as pessoas vejam essas boas obras e glorifiquem a Deus. Além disso, os discípulos de Cristo exercem influência na sociedade, para que a luz da verdade e o amor de Deus sejam refletidos.

 

Mas por onde começar? A Palavra de Deus nos mostra o caminho a seguir e nos ajuda a relevar o que é mais importante. A Bíblia tem muitos conselhos fundamentais para aqueles que querem fazer a diferença no mundo.

 

O primeiro passo é mudar a nós mesmos, deixando que Jesus mude o nosso coração. E, para isso, é necessário reconhecer que não temos vivido sempre da maneira correta, da forma que agrada a Deus, e que precisamos do Seu perdão constante. Em 1 João 1.8-9, aprendemos que “se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”.

 

Precisamos considerar as pequenas coisas. Quando ouvimos histórias de sucesso, acabamos por nos lembrar apenas do fim, esquecendo de onde tudo começou. O menino que havia levado na cesta cinco pães e dois peixes não imaginava a quantidade de pessoas que seriam alimentadas. Em João 6.9, é possível perceber que até os discípulos de Cristo duvidaram, dizendo: “aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?”. No entanto, na grande maioria das vezes, coisas grandes têm começos pequenos. O próprio Jesus nasceu em uma estrebaria e viveu como um simples carpinteiro, antes de se revelar ao mundo como o Filho de Deus.

 

Não devemos esperar que as coisas aconteçam de maneira súbita. É preciso caminhar dando um passo de cada vez, começando pelo lugar onde Deus nos colocou. A semente de mostarda, tão pequena, antes de se transformar em uma grande árvore, passou por um processo de crescimento. Cristo enfatiza em Mateus 13.31-32: “o Reino dos céus é como um grão de mostarda que um homem plantou em seu campo. Embora seja a menor dentre todas as sementes, quando cresce torna-se a maior das hortaliças e se transforma numa árvore, de modo que as aves do céu vêm fazer os seus ninhos em seus ramos”. As pequenas coisas que fazemos servem como uma preparação para as coisas maiores.

 

Outrossim, é preciso não desistir. Como a Palavra de Deus afirma, em Gálatas 6:9, “não devemos nos cansar de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos no percurso”. Devemos ser luz, mas vivemos em um mundo de trevas, e as trevas lutam contra a luz. Na missão de tentar mudar o mundo, as dificuldades e as tentações aparecerão. No entanto, podemos estar certos de que “a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5).

 

Um dos frutos do Espírito presente em Gálatas 5.22 é a longanimidade. Segundo o dicionário Michaelis (2019), significa “virtude de enfrentar problemas e adversidades com paciência e resignação”, isto é, suportar com firmeza, perseverar, não desistir. A força para continuarmos vem de Deus. Ele não nos deixa sozinhos. Mesmo nos momentos mais difíceis, a semente de mostarda continua a crescer. Nas trevas mais severas, a luz ainda consegue brilhar, pois Cristo é a luz do mundo (Jo 8.12).

 

Além do mais, a luz representa não apenas o conhecimento espiritual, mas também ação transformadora e a influência positiva que podemos exercer no nosso dia a dia. Ao amar o próximo e servir de maneira altruísta, nos tornaremos faróis de esperança, dissipando as trevas da indiferença e desespero ao nosso redor. A esperança é uma característica intrínseca da luz, haja vista que, segundo Salmos 33:20, a esperança do cristão está no Senhor: Ele é o nosso auxílio e a nossa proteção.

 

Somos desafiados a não apenas refletirmos a luz, mas também a influenciarmos ativamente os ambientes em que estamos inseridos. Mesmo que a jornada de seguir o caminho de Jesus não seja isenta de desafios, a luz interior que Ele proporciona deve tornar os seus seguidores resilientes e capazes de enfrentar as adversidades com coragem e fé.

 

Referências

 

DICIONÁRIO MICHAELIS. Comunicação. Michaelis On-line, 2019. Disponível em: michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/longanimidade/. Acesso em: 19 de janeiro de 2024.

BÍBLIA DO HOMEM. Tradução Omar de Sousa. 1ª ed. Santo André, SP: Geográfica Editora, 2010.

 

 

Guilherme Sampaio, seminarista do Seminário Teológico Batista de Teresina - MA, membro da Igreja Batista Getsêmani em São Francisco do Maranhão - MA